ma vez participei de uma reunião entre minha empresa e um cliente. Presentes eu, meu diretor e um gerente e um diretor da empresa cliente.
Minha empresa vendia um produto específico para esse cliente e o propósito da reunião era definir o preço em que o produto seria vendido.
Meu diretor disse 40.
O diretor do cliente disse 10.
Meu diretor disse 30.
O diretor do cliente 20.
Vou resumir um pouco, porque a conversa foi longa. Num determinado momento, meu diretor disse:
"Então vale a média."
Ao que o diretor do cliente respondeu prontamente:
"Vai a merda você!"
Após um minuto de silêncio, meu diretor caiu na gargalhada.
"Eu não disse 'vai a merda'... eu disse 'va-le a mé-dia.' "
Todos caíram na gargalhada e a negociação terminou.
Meu diretor disse:
Paranóia de Mercado
A idéia desse blog é contar histórias bizarras, engraçadas e, acima de tudo, verdadeiras, do mundo corporativo.
03/02/2012
02/02/2012
Sou Diretora
Nesse último final de semana, encontrei uma pessoa que fez faculdade comigo, e que não via há exatos 17 anos.
Não éramos os melhores amigos, mas gostava dela, então fiquei bem contente com o reencontro. Após nos abraçarmos, perguntei como ela estava.
E ela me respondeu:
"Estou ótima! Sou diretora de markerting da empresa X."
Achei engraçada a resposta... Eu não tinha perguntado o cargo dela, nem se estava trabalhando ou não. Apenas queria saber se, após tantos anos sem ter notícia nenhuma, ela estava bem, se estava feliz.
Nos perguntamos de algumas outras pessoas da turma, se tínhamos contato com fulano ou ciclano, e ela foi me dando o curriculum de todo mundo que ela tinha contato.
Fulano é VP numa empresa em Londres. Ciclano está super bem, é diretor de produção da empresa Y".
Tive um cuidado danado de não falar o meu cargo. E responder apenas o que eu queria que ela tivesse respondido. Que estava bem, casado, com dois filhos, todos lindos e com saúde, que no trabalho tinha coisas boas e outras não tão boas, mas que ia-se levando.
Quando nos separamos, olhei para trás depois de alguns segundos. Ela estava parada, lendo o blackberry, e sua cara não estava um cara tão ótima assim.
28/01/2012
O ciclo da vida corporativa
Se você trabalha numa empresa que paga bônus, ou remuneração variável, vai saber exatamente do que estou falando.
Não sei como começa, se tem uma diretoria responsável que ao longo do ano monta planos estratégicos e metas, ou se é mais na linha de uma geração espontânea, mas em todos os lugares que trabalhei é mais ou menos o mesmo ritual.
Um ou às vezes dois meses antes da data do anúncio, comeca a TPB - tensão pré bônus - que atinge a grande totalidade da empresa. Não de maneira igual, os funcionários são divididos em 3 grupos:
- Pollyanna: acreditam que esse ano vão ganhar "bônus de gente grande", porque fizeram um bom trabalho, porque acreditam que fizeram um bom trabalho, porque acham que a organização nunca ganhou tanto dinheiro e esse ano vai dividir com todo mundo. Nao importa muito o motivo, mas os membros desse grupo acreditam que ficarão felizes quando forem informados do montante que lhes é devido.
- Hiena Hardy: esses começam a pregar o fim do mundo para todos os discípulos. "Estão dizendo que o bônus total diminuiu 20% esse ano." "Estão dizendo que vai ter muita gente com bônus zerado." "Você viu o tanto de gente que foi contratada com bônus garantido? Pois é, cara. Quem já estava aqui vai se ferrar esse ano." "Esse ano vai ter demissão um pouco antes do bônus, você vai ver."
- Chapeuzinho Vermelho: estão passeando pelo bosque e não sabem direito o que esta acontecendo. Ouvem os do primeiro grupo, arregalam os olhos e abrem um sorriso. Quando ouvem os do segundo grupo, arregalam os olhos e ficam assustados. Não tem a menor idéia se no final vão encontrar a doce vovozinha ou o cruel lobo mau.
Depois do bônus, a TPB da lugar a outra TPB - tensão pós bônus - e os grupos mudam um pouco:
- ator da novela das 8: não comentam o valor, mas mantém uma cara de felicidade. Se alguém perguntar dizem que foi o esperado, ou simplesmente que foi bom. Não dá para saber se estão felizes mesmo ou se estão fingindo. Podem tranquilamente ganhar um papel na próxima novela.
- a grama do vizinho eh mais verde: todo mundo ganhou mais que ele, a empresa concorrente pagou bônus fantásticos para todo mundo, o fulano ganhou mais de um milhão por semestre, na outra área está todo mundo feliz. E não adianta mudar de área ou de empresa, porque a grama do vizinho é que continuará mais verde.
- vou sair dessa bosta amanhã: esses ouviram o valor e fizeram cara feia, reclamaram e sairam pisando duro. Têm certeza que a empresa vai se arrepender do valor baixo pago para eles. Normalmente isso dura uma semana, depois passa e no ano seguinte estão todos lá novamente para recomeçar o ciclo.
05/12/2011
Sessão Motivacional I
Uma pessoa assumiu a posição de Diretor de Vendas da Organização X.
A área tinha apenas 3 funcionários - Alessandra, Antonio e Francisco - mas o novo diretor não conhecia nenhum dos três.
Depois de alguns dias, marcou uma reunião com a Alessandra. Começou dizendo:
"O melhor funcionário que eu tenho hoje na área é o Fernando."
"Você quer dizer o Francisco."
"Não, eu quero dizer o Fernando mesmo. Hoje ele está em outra empresa, mas vou trazê-lo para cá. Você, o Franscico e o Antonio empatam em último lugar e quero saber o que você pretende fazer para tentar assumir o segundo lugar"
A área tinha apenas 3 funcionários - Alessandra, Antonio e Francisco - mas o novo diretor não conhecia nenhum dos três.
Depois de alguns dias, marcou uma reunião com a Alessandra. Começou dizendo:
"O melhor funcionário que eu tenho hoje na área é o Fernando."
"Você quer dizer o Francisco."
"Não, eu quero dizer o Fernando mesmo. Hoje ele está em outra empresa, mas vou trazê-lo para cá. Você, o Franscico e o Antonio empatam em último lugar e quero saber o que você pretende fazer para tentar assumir o segundo lugar"
21/10/2011
Contatos Imediatos de Primeiro Grau
"Você é o Raimundo, né?"
"Sim..."
Era meu último dia de trabalho antes das minhas tão esperadas férias. Já era bem tarde, cerca de 9 horas da noite. Estava cansado e terminando minha última atividade, antes de ir embora para minha casa.
"A gente não se conhece ainda porque eu entrei na empresa há pouco tempo - apenas uns 2 anos atrás - e sento super longe de você - apenas uns 2 metros, mas eu quero fazer um workshop e me indicaram você como palestrante principal."
A verdade é que eu já tinha sido apresentado para esse sujeito, mas ele se esquecia diariamente disso, e não me cumprimentava de jeito nenhum.
Eu, depois do primeiro "bom-dia" sem resposta, adotei a mesma postura.
"Alguém me disse que você está saindo de férias hoje, é verdade?"
"Sim."
"E quando você volta?"
"Daqui a 23 dias, 20 de setembro."
"Hum... poxa. O workshop está programado para acontecer dia 20 de setembro mesmo, mas eu preciso falar com você para verificarmos conteúdo de apresentação e tudo o mais. É... realmente vou precisar falar com você nas suas férias."
"Poxa, Nogarro. Acho melhor você mudar a data do seu workshop. Não é que eu não queira falar com você, mas eu vou escalar os vulcões na Islândia, e o celular não costuma pegar muito bem nessa região."
20/10/2011
Falta de Atenção I
Numa das empresas que eu trabalhei era usado o Outlook, ferramenta da Microsoft, para envio de emails.
O funcionário X recebeu um email de um cliente, perguntando sobre um determinado procedimento do banco.
A pergunta era extremamente simples e fácil de ser respondida.
X selecionou a opção "Responder" do Outlook.
Ao fazer isso, o Outlook abre um campo para inserir o nome do destinatário da mensagem, ao mesmo tempo que mantém a mensagem original.
Apesar da mensagem ser escrita em português, todas as opções e mensagens do Outlook estavam em inglês. E para encaminhar o email aparecia a seguinte mensagem: "mail to", que significava que o email seria enviado para alguém.
X passou rapidamente o olhar pela mensagem, procurando o nome do cliente, e escreveu sem a menor dúvida:
"Prezado Mailto"
O funcionário X recebeu um email de um cliente, perguntando sobre um determinado procedimento do banco.
A pergunta era extremamente simples e fácil de ser respondida.
X selecionou a opção "Responder" do Outlook.
Ao fazer isso, o Outlook abre um campo para inserir o nome do destinatário da mensagem, ao mesmo tempo que mantém a mensagem original.
Apesar da mensagem ser escrita em português, todas as opções e mensagens do Outlook estavam em inglês. E para encaminhar o email aparecia a seguinte mensagem: "mail to", que significava que o email seria enviado para alguém.
X passou rapidamente o olhar pela mensagem, procurando o nome do cliente, e escreveu sem a menor dúvida:
"Prezado Mailto"
19/10/2011
Pesquisa de Clima Organizacional II
Até quanto o presidente e os diretores de uma empresa querem realmente saber o que está acontecendo na empresa?
Numa pesquisa de clima organizacional, uma pergunta avaliava se o funcionário achava o chefe ético.
O resultado de uma área chocou todo mundo: um percentual muito alto de funcionários achava que o chefe não era ético.
Os próprios funcionários da área ficaram surpresos ao ver que os outros funcionários tiveram coragem de responder honestamente essa questão. Afinal, eles sempre comentavam que tudo era feito tão abertamente que era impossível a diretoria não ter percebido. E que se eles não queriam fazer nada, era melhor ficar quieto mesmo.
Pelas contas de percentual x número de funcionários, apenas uma pessoa considerava o chefe ético.
Um representando do RH fez uma reunião com a área para avaliar o questionário, tentar entender o que estava por trás das respostas e o que poderia ser feito para melhorar.
Quando chegou na pergunta sobre ética, um silêncio fulminante pousou na sala.
Responder confiando no anonimato era uma coisa, falar abertamente a acusação sem saber qual seria a reação da empresa era outra.
Até que um funcionário disse:
"Essa pergunta é mais difícil de explicar, né? O conceito de ética é muito subjetivo, o que é ético para uma pessoa pode não ser para outra."
O representante de RH achou a explicação perfeitamente aceitável e passou para a próxima questão.
Numa pesquisa de clima organizacional, uma pergunta avaliava se o funcionário achava o chefe ético.
O resultado de uma área chocou todo mundo: um percentual muito alto de funcionários achava que o chefe não era ético.
Os próprios funcionários da área ficaram surpresos ao ver que os outros funcionários tiveram coragem de responder honestamente essa questão. Afinal, eles sempre comentavam que tudo era feito tão abertamente que era impossível a diretoria não ter percebido. E que se eles não queriam fazer nada, era melhor ficar quieto mesmo.
Pelas contas de percentual x número de funcionários, apenas uma pessoa considerava o chefe ético.
Um representando do RH fez uma reunião com a área para avaliar o questionário, tentar entender o que estava por trás das respostas e o que poderia ser feito para melhorar.
Quando chegou na pergunta sobre ética, um silêncio fulminante pousou na sala.
Responder confiando no anonimato era uma coisa, falar abertamente a acusação sem saber qual seria a reação da empresa era outra.
Até que um funcionário disse:
"Essa pergunta é mais difícil de explicar, né? O conceito de ética é muito subjetivo, o que é ético para uma pessoa pode não ser para outra."
O representante de RH achou a explicação perfeitamente aceitável e passou para a próxima questão.
17/10/2011
Sessão de Feedback III
De um diretor da primeira empresa em que eu trabalhei, ainda como estagiário:
"Raimundo, você tem tudo para ser um bom profissional. É inteligente, tem boa formação acadêmica, trabalha bem.
Tem algumas coisas que você ainda precisa aprender. Numa empresa é preciso ter jogo de cintura, ter flexibilidade para sair de algumas situações difíceis. E, acima de tudo, é preciso mentir.
Você é muito sincero. Saber mentir é fundamental."
"Raimundo, você tem tudo para ser um bom profissional. É inteligente, tem boa formação acadêmica, trabalha bem.
Tem algumas coisas que você ainda precisa aprender. Numa empresa é preciso ter jogo de cintura, ter flexibilidade para sair de algumas situações difíceis. E, acima de tudo, é preciso mentir.
Você é muito sincero. Saber mentir é fundamental."
06/10/2011
Palavra de apoio
O que mais encontramos numa organização são pessoas altruístas, que pensam mais nos outros do que nelas próprias.
Por isso mesmo, quando enfrentamos algum momento difícil, sempre encontramos um ser humano capaz de nos apoiar, e dizer palavras encorajadoras.
Trabalhava numa empresa que foi comprada por outra.
A empresa compradora foi definindo aos poucos quem seria aproveitado na nova corporação.
Para os que não fossem, seria oferecido um "pacote de desligamento", com algumas vantagens adicionais comparando-se a uma demissão normal.
Em determinada área tinha duas pessoas, uma delas era viúva e com um filho ainda pequeno para sustentar, e estava muito preocupada com o que poderia acontecer.
A outra pessoa teve o nome divulgado numa das primeiras listas de quem iria para a nova corporação. E sua reação foi:
"Nossa! Estou com uma inveja de você!!! Você ainda tem a oportunidade de ser demitida!!! Me falaram que o pacote de desligamento está super legal!!!"
Por isso mesmo, quando enfrentamos algum momento difícil, sempre encontramos um ser humano capaz de nos apoiar, e dizer palavras encorajadoras.
Trabalhava numa empresa que foi comprada por outra.
A empresa compradora foi definindo aos poucos quem seria aproveitado na nova corporação.
Para os que não fossem, seria oferecido um "pacote de desligamento", com algumas vantagens adicionais comparando-se a uma demissão normal.
Em determinada área tinha duas pessoas, uma delas era viúva e com um filho ainda pequeno para sustentar, e estava muito preocupada com o que poderia acontecer.
A outra pessoa teve o nome divulgado numa das primeiras listas de quem iria para a nova corporação. E sua reação foi:
"Nossa! Estou com uma inveja de você!!! Você ainda tem a oportunidade de ser demitida!!! Me falaram que o pacote de desligamento está super legal!!!"
04/10/2011
Sessão de Feedback II
A empresa Xisto SA estabeleceu um método de avaliação de funcionários semestral, chamado de Sessão de Feedback.
O modelo não era muito formal, mas o gestor precisava indicar os principais pontos fortes e fracos do funcionário e, muito importante, dar orientações para melhorar o desempenho profissional do funcionário.
E assim foi feito em toda a empresa.
A maioria gostou, mas uma pessoa que sentava ao meu lado voltou meio paralizada da sua reunião.
Tudo bem? - perguntei um pouco preocupado.
Não sei... o Fulano me disse, como feedback, que eu preciso parar de usar calça clara, porque eu estou meio gordinha.
O modelo não era muito formal, mas o gestor precisava indicar os principais pontos fortes e fracos do funcionário e, muito importante, dar orientações para melhorar o desempenho profissional do funcionário.
E assim foi feito em toda a empresa.
A maioria gostou, mas uma pessoa que sentava ao meu lado voltou meio paralizada da sua reunião.
Tudo bem? - perguntei um pouco preocupado.
Não sei... o Fulano me disse, como feedback, que eu preciso parar de usar calça clara, porque eu estou meio gordinha.
03/10/2011
Sessão de Feedback I
Dr. Nogarro é um diretor tão único, e protaganista de tantas histórias bizarras, que mereceu virar um personagem.
Veja a última dele:
Dr. Nogarro entrou no andar em que trabalhamos e perguntou a um funcionário, que não era funcionário dele, se ele tinha um minuto para conversar.
O funcionário disse que tinha sim.
Foram então para uma sala de reunião.
Assim que entraram, Dr. Nogarro se sentou e pediu ao funcionário que fechasse a porta.
O funcionário fechou a porta, sentou-se, e ficou olhando ansiosamente para o Dr. Nogarro.
O Dr. Nogarro então levantou-se e disse, caminhando para a porta:
"Apenas queria ver se você sabia gerenciar o seu tempo. Já vi que não, pois você pára tudo o que está fazendo para conversar com qualquer um que te chame."
Dito isso, abriu a porta e foi embora.
Veja a última dele:
Dr. Nogarro entrou no andar em que trabalhamos e perguntou a um funcionário, que não era funcionário dele, se ele tinha um minuto para conversar.
O funcionário disse que tinha sim.
Foram então para uma sala de reunião.
Assim que entraram, Dr. Nogarro se sentou e pediu ao funcionário que fechasse a porta.
O funcionário fechou a porta, sentou-se, e ficou olhando ansiosamente para o Dr. Nogarro.
O Dr. Nogarro então levantou-se e disse, caminhando para a porta:
"Apenas queria ver se você sabia gerenciar o seu tempo. Já vi que não, pois você pára tudo o que está fazendo para conversar com qualquer um que te chame."
Dito isso, abriu a porta e foi embora.
30/08/2011
Histórias de uma remuneração variável
Há alguns anos atrás, comecei a trabalhar numa empresa que pagava bônus para os funcionários uma vez por ano.
O valor bônus, ou da "remuneração variada", estava atrelado, em teoria, ao desempenho profissional do funcionário e os valores não eram divulgados senão para a própria pessoa.
Dessa maneira, todo ano criava-se duas TPBs, uma tensão pré e pós bônus.
Na pré bônus, as pessoas praticamente paravam de trabalhar uma semana antes da divulgação, e todas as conversas giravam em torno desse mesmo assunto.
Na pós bônus, entrava o desespero de tentar descobrir quanto as outras pessoas tinham ganhado. Estar feliz ou não com o valor recebido era um conceito totalmente relativo, tudo dependia se os seus vizinhos tinham ganhado mais ou menos que você.
Alguns realmente ficavam felizes e outros genuinamente bravos, mas o melhor eram os dissimulados. Tinha a ala dos que se diziam chateados, bravos e/ou magoados, mas o discurso não convencia e a roda de apostas sinaliza que o bônus do cara tinha sido alto.
E na ala contrária estava a pessoa que descrevo abaixo.
Como quem conta um segredo de estado, o Fulano sussurrou para mim:
"Você está começando agora, deixa eu te ensinar. O grande lance é trocar de carro logo após o bônus. Assim, mesmo que você tenha recebido ZERO, todas as pessoas vão achar que você ganhou bem..."
17/08/2011
Entrevista de Demissão
Um amigo, o Fulano, pediu demissão da empresa que trabalhava porque tinha recebido uma oferta melhor de uma outra empresa.
O gerente da área, o Ciclano, não queria que ele saísse. Estava vivendo um momento muito complicado na empresa, pois a maioria das áreas sob sua responsabilidade estavam muito abaixo da meta e ele não queria ficar com um "jogador" a menos nesse momento. Contratar um novo funcionário demoraria um certo tempo, o que só pioraria as coisas.
Então, ele tentou convencer meu amigo a ficar.
Primeiro disse que conseguiria aprovar um aumento de 10%. Meu amigo disse que não era somente salário, a proposta profissional era melhor, ele teria mais responsabilidades e realmente achava que era melhor para ele.
Então o Ciclano argumentou que ali ele já conhecia todos os problemas e defeitos da empresa, e que no outro lugar teria de aprender tudo do zero. Usou a frase "aqui você já sabe onde são as rachaduras do vaso sanitário. Lá você ainda vai ter de descobrir, e corre o risco de piorar a rachadura... "
Tentou ainda dizer que os novos chefes e colegas de trabalham poderiam ser maus-caracteres. De novo afirmou que ali ele já conhecia todo mundo.
Sem muito mais argumentos, pediu, como última carta na manga, para o diretor da área conversar com o Fulano.
Reunião marcada.
No horário exato, o Fulano parou na porta da sala do tal diretor. Como o diretor estava de cabeça baixa, lendo um documento, o fulano deu três toques na porta.
O diretor levantou a cabeça.
"Boa tarde. Eu posso entrar?"
"Sim, claro. Você é o...?"
"Eu sou o Fulano."
Silêncio.
"Eu trabalho com o Ciclano, ele pediu para eu vir falar com você."
"Ah! Você é o carinha que pediu demissão! Por que você pediu demissão mesmo?"
"A empresa X me fez uma outra proposta, que eu achei muito boa para meu crescimento profissional."
"Ah! Eles vão pagar mais do que você tem aqui?"
"Sim, a proposta é um pouco maior sim."
"E tem mais alguma coisa?"
"Não, acho que é só isso mesmo."
"Então, parabéns. Boa sorte no seu novo emprego."
E assim, o Fulano mudou para a outra empresa.
O gerente da área, o Ciclano, não queria que ele saísse. Estava vivendo um momento muito complicado na empresa, pois a maioria das áreas sob sua responsabilidade estavam muito abaixo da meta e ele não queria ficar com um "jogador" a menos nesse momento. Contratar um novo funcionário demoraria um certo tempo, o que só pioraria as coisas.
Então, ele tentou convencer meu amigo a ficar.
Primeiro disse que conseguiria aprovar um aumento de 10%. Meu amigo disse que não era somente salário, a proposta profissional era melhor, ele teria mais responsabilidades e realmente achava que era melhor para ele.
Então o Ciclano argumentou que ali ele já conhecia todos os problemas e defeitos da empresa, e que no outro lugar teria de aprender tudo do zero. Usou a frase "aqui você já sabe onde são as rachaduras do vaso sanitário. Lá você ainda vai ter de descobrir, e corre o risco de piorar a rachadura... "
Tentou ainda dizer que os novos chefes e colegas de trabalham poderiam ser maus-caracteres. De novo afirmou que ali ele já conhecia todo mundo.
Sem muito mais argumentos, pediu, como última carta na manga, para o diretor da área conversar com o Fulano.
Reunião marcada.
No horário exato, o Fulano parou na porta da sala do tal diretor. Como o diretor estava de cabeça baixa, lendo um documento, o fulano deu três toques na porta.
O diretor levantou a cabeça.
"Boa tarde. Eu posso entrar?"
"Sim, claro. Você é o...?"
"Eu sou o Fulano."
Silêncio.
"Eu trabalho com o Ciclano, ele pediu para eu vir falar com você."
"Ah! Você é o carinha que pediu demissão! Por que você pediu demissão mesmo?"
"A empresa X me fez uma outra proposta, que eu achei muito boa para meu crescimento profissional."
"Ah! Eles vão pagar mais do que você tem aqui?"
"Sim, a proposta é um pouco maior sim."
"E tem mais alguma coisa?"
"Não, acho que é só isso mesmo."
"Então, parabéns. Boa sorte no seu novo emprego."
E assim, o Fulano mudou para a outra empresa.
10/08/2011
O tipo de pessoa que trabalha entre nós...
Fui de carona no carro de outro gerente num evento da empresa.
Na volta, ele parou num posto para abastacer e pediu para colocar R$50 de gasolina.
Quando o frentista terminou, veio na janela do carro para devolver a chave e receber o dinheiro.
"Eu já te dei R$50".
"Não, o senhor não deu. Me deu somente a chave do carro."
"Você está mentindo. Eu já te dei o dinheiro, tenho certeza disso. Chama o seu gerente."
Virou para mim e disse: "Que ladrão! Você viu que eu dei o dinheiro para ele, não viu?"
Eu, que tinha ficado o tempo inteiro lendo emails no blackberry, respondi, meio envergonhado, que não, infelizmente, não tinha visto.
O gerente do posto chegou, e perguntou muito educadamente o que tinha acontecido.
O meu colega contou a versão dele. E completou:
"Eu tinha R$50 na carteira e não tenho mais." - disse, abrindo a carteira, olhando dentro e fechando-a num gesto teatral.
O frentista se defendeu, e ficou olhando para seu gerente com cara de "eu não fiz nada...".
Impasse criado, o gerente achou por bom terminar aquilo da única maneira razoável. Disse que não acredita que o frentista tinha roubado o dinheiro, provavelmente o dinheiro tinha apenas caído, então que nós também poderíamos ir.
O meu colega ainda gritou um "ladrão" antes de arrancar com o carro.
Assim que saímos do posto, ele virou para mim e disse:
"Cara! Quando eu abri a carteira, a nota de R$50 estava lá!!!"
"Como assim? Você não tinha dado o dinheiro para o cara?"
"Eu achei que tinha, mas não tinha. O dinheiro está aqui na minha carteira."
"E porque vc não falou?"
"Eu? Me humilhar para um frentista? De jeito nenhum."
E terminou com um ar de quem sabe das coisas:
"Com certeza o cara já deve ter roubado alguém mesmo..."
E eu fiquei ali, catatônico.
Na volta, ele parou num posto para abastacer e pediu para colocar R$50 de gasolina.
Quando o frentista terminou, veio na janela do carro para devolver a chave e receber o dinheiro.
"Eu já te dei R$50".
"Não, o senhor não deu. Me deu somente a chave do carro."
"Você está mentindo. Eu já te dei o dinheiro, tenho certeza disso. Chama o seu gerente."
Virou para mim e disse: "Que ladrão! Você viu que eu dei o dinheiro para ele, não viu?"
Eu, que tinha ficado o tempo inteiro lendo emails no blackberry, respondi, meio envergonhado, que não, infelizmente, não tinha visto.
O gerente do posto chegou, e perguntou muito educadamente o que tinha acontecido.
O meu colega contou a versão dele. E completou:
"Eu tinha R$50 na carteira e não tenho mais." - disse, abrindo a carteira, olhando dentro e fechando-a num gesto teatral.
O frentista se defendeu, e ficou olhando para seu gerente com cara de "eu não fiz nada...".
Impasse criado, o gerente achou por bom terminar aquilo da única maneira razoável. Disse que não acredita que o frentista tinha roubado o dinheiro, provavelmente o dinheiro tinha apenas caído, então que nós também poderíamos ir.
O meu colega ainda gritou um "ladrão" antes de arrancar com o carro.
Assim que saímos do posto, ele virou para mim e disse:
"Cara! Quando eu abri a carteira, a nota de R$50 estava lá!!!"
"Como assim? Você não tinha dado o dinheiro para o cara?"
"Eu achei que tinha, mas não tinha. O dinheiro está aqui na minha carteira."
"E porque vc não falou?"
"Eu? Me humilhar para um frentista? De jeito nenhum."
E terminou com um ar de quem sabe das coisas:
"Com certeza o cara já deve ter roubado alguém mesmo..."
E eu fiquei ali, catatônico.
09/08/2011
Sala Virtual
A Empresa B resolveu, há algum tempo atrás, extinguir as salas dos gerentes e diretores.
Todos se sentariam junto com os funcionários "comuns" numa grande mesa. Não haveria nenhum tipo de separação entre uma posição e outra nessa mesa.
Apesar de muitos acharem que a mudança era apenas para colocar mais funcionários por metro quadrado, a idéia foi amplamente divulgada como uma maneira de aproximar a gerência e a alta gerência das atividades diárias da empresa, tornando as decisões mais ágeis e próximas da realidade.
Apesar de alguns egos feridos pela perda da sala, no geral todos se adaptaram muito bem. E realmente a comunicação fluiu melhor entre todos os níveis.
Um dia a empresa A fez uma fusão com a empresa B, que era muito boa, mas um pouco mais tradicionalista e hierárquica.
Um gerente da empresa B, que foi até promovido a diretor após a fusão, estava feliz com a promoção, mas extremamente incomodado com a ausência de sala.
Um dia acordou com uma idéia brilhante, que colocou em prática assim que chegou na empresa.
A secretária deveria orientar todas as pessoas que não poderiam mais falar direto com ele. Teriam de marcar um horário com ela antes.
Como os diretores e gerentes sentavam na mesma mesa que sua equipe, a situação que ocorria na prática era a seguinte:
Se o funcionário que sentava ao lado do diretor precisasse falar alguma coisa com ele, era preciso se levantar, dar a volta na mesa - porque a secretária sentava do outro lado - e perguntar para a secretária se o diretor tinha algum horário livre.
Ela então perguntava se era urgente. Se a resposta fosse sim, marcava um horário mais cedo e se fosse não, marcava um horário mais tarde.
Após o agendamento da conversa, o funcionário voltava para o lugar dele, e esperava pacientemente chegar o tal horário em que poderia, ali da sua cadeira mesmo, falar o que precisava com o diretor.
A conversa com a secretária acontecia em voz alta, mas o diretor, fechado em sua sala virtual, ficava impassível como se nada ouvisse.
Todos se sentariam junto com os funcionários "comuns" numa grande mesa. Não haveria nenhum tipo de separação entre uma posição e outra nessa mesa.
Apesar de muitos acharem que a mudança era apenas para colocar mais funcionários por metro quadrado, a idéia foi amplamente divulgada como uma maneira de aproximar a gerência e a alta gerência das atividades diárias da empresa, tornando as decisões mais ágeis e próximas da realidade.
Apesar de alguns egos feridos pela perda da sala, no geral todos se adaptaram muito bem. E realmente a comunicação fluiu melhor entre todos os níveis.
Um dia a empresa A fez uma fusão com a empresa B, que era muito boa, mas um pouco mais tradicionalista e hierárquica.
Um gerente da empresa B, que foi até promovido a diretor após a fusão, estava feliz com a promoção, mas extremamente incomodado com a ausência de sala.
Um dia acordou com uma idéia brilhante, que colocou em prática assim que chegou na empresa.
A secretária deveria orientar todas as pessoas que não poderiam mais falar direto com ele. Teriam de marcar um horário com ela antes.
Como os diretores e gerentes sentavam na mesma mesa que sua equipe, a situação que ocorria na prática era a seguinte:
Se o funcionário que sentava ao lado do diretor precisasse falar alguma coisa com ele, era preciso se levantar, dar a volta na mesa - porque a secretária sentava do outro lado - e perguntar para a secretária se o diretor tinha algum horário livre.
Ela então perguntava se era urgente. Se a resposta fosse sim, marcava um horário mais cedo e se fosse não, marcava um horário mais tarde.
Após o agendamento da conversa, o funcionário voltava para o lugar dele, e esperava pacientemente chegar o tal horário em que poderia, ali da sua cadeira mesmo, falar o que precisava com o diretor.
A conversa com a secretária acontecia em voz alta, mas o diretor, fechado em sua sala virtual, ficava impassível como se nada ouvisse.
03/08/2011
Pesquisa de Clima Organizacional I
Muitas empresas adotaram uma pesquisa interna para medir a satisfação dos funcionários com a empresa, com os gerentes diretos e indiretos e até mesmo com o seu próprio trabalho.
E assim a empresa poderia se basear nas respostas dadas pelos funcionários para implementar melhorias gerais.
A idéia é fantástica, mas a execução é sofrível.
Já trabalhei em 3 diferentes empresas, e infelizmente em nenhuma delas vi essa pesquisa funcionar da maneira que deveria.
E as razões para isso são várias:
- em primeiro lugar, as pessoas tendem a reclamar de tudo quando elas estão muito insatisfeitas com alguma coisa. Digamos que a tolerância dela com problemas menores chega a zero se ela está muito insatisfeita com, por exemplo, o salário dela. Na pesquisa essa pessoa dá nota baixa igual para todos os itens, e fica quase impossível identificar qual é realmente o item que trouxe aquela insatisfação toda.
- em segundo lugar, se uma área tem resultados pífios, isso normalmente é usado contra o responsável por aquela área. Mesmo se os funcionários estão insatisfeitos com a empresa, a "culpa" é do diretor, e melhorar os índices da pesquisa passa a fazer parte da meta daquele diretor, mesmo que ele não tenha gerência nenhuma sobre alguns itens.
- em terceiro lugar, quase ninguém reaje bem a críticas. Mesmo se a pessoa conseguiu isolar o problema real de insatisfação, mesmo que esse problema seja causado pelo seu gerente direto, não necessariamente ele vai atuar para resolver aquilo.
O exemplo abaixo aconteceu para ilustrar esse último ponto.
Uma determinada área ficou com resultados muitos mais baixos que a média das outras áreas.
Assim, os diretores responsáveis, e tinha mais de um, pois era uma área grande, decidiram fazer uma reunião com todos os funcionários para tentar entender o motivo de uma avaliação tão ruim.
A reunião começou leve, e alguns funcionários até começaram timidamente a pontuar um ou outro item.
Logo pararam, porque os diretores começaram a se sentir incomodados e a discordar da percepção geral.
O ápice aconteceu quando um dos gerentes viu que 75% da área respondeu que achava que trabalhava muito.
Vocês acham que trabalham muito? Silêncio.
Vocês realmente acham que trabalham muito? Silêncio.
Eu vou falar para vocês que vocês não tem a menor idéia do que é trabalhar muito, mas vocês vão ter agora. Assim a pesquisa do ano que vem pelo menos vai ser ruim, mas por um motivo verdadeiro.
02/08/2011
Sutilezas
Uma amiga foi convocada a fazer um treinamento sobre gerenciamento de pessoas.
Ela ficou feliz com o convite, mas ficou brava ao descobrir que teria de se deslocar até o Centro de Treinamento da empresa, em outro estado.
Ficaria longe dos seus filhos uma semana.
Ficou mais brava ainda quando descobriu que teria de dividir o quarto com outra pessoa.
Muito franca, decidiu reclamar com o chefe.
Fulano! Fiquei sabendo que, além de passar uma semana fora de casa, vou ter de dividir o quarto com alguém que eu não conheço!
O chefe deu um suspiro resignado e respondeu sem nem levantar a cabeça:
Dividi o quarto com alguém que conheço e também não foi bom.
Ela ficou feliz com o convite, mas ficou brava ao descobrir que teria de se deslocar até o Centro de Treinamento da empresa, em outro estado.
Ficaria longe dos seus filhos uma semana.
Ficou mais brava ainda quando descobriu que teria de dividir o quarto com outra pessoa.
Muito franca, decidiu reclamar com o chefe.
Fulano! Fiquei sabendo que, além de passar uma semana fora de casa, vou ter de dividir o quarto com alguém que eu não conheço!
O chefe deu um suspiro resignado e respondeu sem nem levantar a cabeça:
Dividi o quarto com alguém que conheço e também não foi bom.
23/07/2011
Requinte de Crueldade I
Um gerente foi promovido a diretor. Estava há um ano nesse novo cargo.
No entanto, trabalhava num lugar onde o que importava era o presente. Os méritos de passado ficavam no passado.
E os seus méritos do ano presente estavam bem insiginificantes.
Na reunião semestral para avaliação dos funcionários, onde se decidia quem ficava e quem saia, decidiram que chegara a hora dele sair.
Discutiram apenas um minuto para decidir quem seria o encarregado de demití-lo.
Alguém lembrou que ele estava em licença médica porque fizera uma cirurgia. Outro alguém lembrou que ele ainda estava, inclusive, internado no hospital.
Problema zero, respondeu o escolhido de demití-lo. Eu vou até o hospital.
22/07/2011
Pílula da Verdade II
No final de um processo de seleção, uma dinâmica de grupo com vários candidatos, a organizadora pediu para cada um dizer como se sentiu em relação ao processo.
"Eu estava nervoso no começo, mas esse processo foi tão bem conduzido que me senti super bem depois e pude ser eu mesmo."
"Também quero dizer que fiquei super à vontade."
"Foi um processo muito inteligente. Acho que realmente conseguiu avaliar cada um de nós."
"Acho que a palavra é participação. Todos puderam participar igualmente."
"Participação e sintonia. Todos conseguiram falar, conseguiram participar, e em sintonia, né? O grupo estava em sintonia, não teve competição. Foi realmente ótimo."
Um candidato meio gordinho, que ficou olhando das pessoas para o chão enquanto todos falavam, foi o último a dar seu depoimento.
"Olha... eu sinceramente acho esse processo uma encenação. Até esse ato final é patético. E esse papo de sintonia? Todo mundo 'tá' aqui para ser avaliado, estamos competindo um com o outro. Vai ser escolhido um, os outros vão dançar. É isso. Não tem que dizer que foi bom, queremos o emprego e temos de nos sujeitar a isso. Desculpa, mas é isso o que eu penso."
Alguns ficaram com o olho arregalado, alguns fingiram que nada tinha sido dito e alguns mal se contiveram, segurando um sorrisinho no canto da boca.
A organizadora tomou a palavra:
"Não se sinta mal! Foi ótimo! É muito importante cada um dar a sua opinião sincera! Alguns se sentiram bem, alguns não se sentiram tão bem, mas o importante mesmo é que todos falem e participem.Quero agradecer muito a todos vocês e desejar boa sorte a todos."
Misteriosamente, o gordinho não foi selecionado para a fase seguinte.
21/07/2011
Programa de Re"Conhecimento" II
Uma área com cerca de 15 pessoas divididas entre: o diretor senior, o gerente e 13 funcionários.
O diretor senior permanecia quase 99% do seu tempo em reuniões com outros diretores seniors ou viajando. O restante do tempo fazia reuniões com o gerente, e praticamente não se envolvia no dia a dia nem tinha contato direto com os 13 funcionários da sua área.
No entanto, quando encontrava alguém era muito simpático. Em primeiro lugar, como não participava do dia a dia, não tinha problemas com ninguém, e em segundo lugar, a cada 2 anos a empresa fazia uma pesquisa de clima organizacional com os todos os funcionários, e não queria ser mal avaliado.
Um dia, visitando uma unidade da empresa num país vizinho ao Brasil, encontrou um dos funcionários da sua área, o Francisco.
No dia seguinte, já de volta para o Brasil, passou pela área e viu um outro funcionário, Marcelo, sentado no seu cubículo.
Não teve a menor dúvida.
Foi até a mesa do Marcelo, deu um leve tapa nas suas costas e perguntou:
E aí, Francisco? O vôo de volta foi tranquilo?
Choque de realidade I
Reunião de gerentes analisando currículos de candidatos a estágio:
Olha esse aqui. Ele escreve uma introdução no currículo e começa com: "Eu sou um vencedor".
Caraca! Sério???
Deixa eu ler? Sensacional! O cara está se achando!!!
Ei! Vamos chamar o cara apenas para mostrar que ele vai começar a virar "um perdedor"?
Olha esse aqui. Ele escreve uma introdução no currículo e começa com: "Eu sou um vencedor".
Caraca! Sério???
Deixa eu ler? Sensacional! O cara está se achando!!!
Ei! Vamos chamar o cara apenas para mostrar que ele vai começar a virar "um perdedor"?
20/07/2011
Pílula da Verdade I
Num processo de seleção com vários candidatos sentados em círculo, a pessoa de RH joga diversos objetos no chão.
Pede para os canditados se apresentarem, mas num "formato" diferente. Cada um precisa escolher um objeto e dizer quais características possuem em comum com ele.
A maioria dos candidatos usa qualquer objeto para dizer as mesmas coisas, mesmo que não faça muito sentido.
Eu me identifico com esse livro porque gosto de aprender coisas novas.
Eu me identifico com esse livro porque ele é confiável.
Eu me identifico com esse copo porque ele guarda as coisas importantes.
Até que uma pessoa quebra a corrente:
Eu me identifico com essa pedra, porque gosto de ficar quieto no meu canto sem ninguém me enchendo o saco.
Pede para os canditados se apresentarem, mas num "formato" diferente. Cada um precisa escolher um objeto e dizer quais características possuem em comum com ele.
A maioria dos candidatos usa qualquer objeto para dizer as mesmas coisas, mesmo que não faça muito sentido.
Eu me identifico com esse livro porque gosto de aprender coisas novas.
Eu me identifico com esse livro porque ele é confiável.
Eu me identifico com esse copo porque ele guarda as coisas importantes.
Até que uma pessoa quebra a corrente:
Eu me identifico com essa pedra, porque gosto de ficar quieto no meu canto sem ninguém me enchendo o saco.
19/07/2011
Dia do Fico
Mensalmente, todos os diretores de uma determinada empresa precisam fazer uma apresentação para o presidente.
E um determinado diretor, o Dr. Nogarro, estabeleceu um dia fixo no mês para trabalhar nessa apresentação.
Nesse dia, todas as pessoas da equipe dele precisam ficar "a disposição", para o caso dele ter alguma dúvida ou precisar de alguma informação.
E ficar "a disposição" significa que ninguém pode sair da mesa, nem para almoçar. Para ninguém morrer de inanição e ficar incapaz de responder às suas demandas, está liberado almoçar na própria mesa.
Ah! Idas ao banheiro, desde que não muito demoradas, também estão devidamente autorizadas.
17/06/2011
Programa de Re"Conhecimento" I
Instituíram um Programa de Reconhecimento na Empresa.
Teve uma apresentação dos diretores para todos os funcionários, mostrando como a empresa estava preocupada em valorizar cada um deles.
Funcionaria da seguinte maneira: cada pessoa poderia indicar um colega por email, explicando o motivo da sua indicação. Um comitê julgaria todos os indicados, e escolheria um campeão no trimestre. Entre os campeões do trimestre, seria escolhido também um campeão do ano.
E cada um deles receberia um prêmio em dinheiro para ser gasto com restaurante ou com viagem.
As pessoas se animaram e participaram ativamente, indicando colegas.
Na data da primeira premiação, marcou-se um coquetel para todos.
O diretor do RH chamaria o nome do premiado, e o Diretor da área do premiado entregaria o prêmio.
E assim foi, entre champanhotas e petiscos, RH chamou: Marcelo da Silva Sauro.
O funcionário se levantou todo orgulhoso, sob aplausos dos demais.
Antes de lhe entregar o prêmio, o Diretor resolveu fazer um discurso:
Quero antes de tudo agradecer aqui o nosso colega! Esse prêmio é o reconhecimento do excelente trabalho prestado pelo Fernando. Peço mais uma salva de palmas para o Fernando.
Todo mundo ficou em silêncio.
Uma menina do RH sussurrou para o diretor: é Marcelo, é Marcelo.
E o diretor ainda emendou: ah! é que ele tem uma cara de Fernando...
Teve uma apresentação dos diretores para todos os funcionários, mostrando como a empresa estava preocupada em valorizar cada um deles.
Funcionaria da seguinte maneira: cada pessoa poderia indicar um colega por email, explicando o motivo da sua indicação. Um comitê julgaria todos os indicados, e escolheria um campeão no trimestre. Entre os campeões do trimestre, seria escolhido também um campeão do ano.
E cada um deles receberia um prêmio em dinheiro para ser gasto com restaurante ou com viagem.
As pessoas se animaram e participaram ativamente, indicando colegas.
Na data da primeira premiação, marcou-se um coquetel para todos.
O diretor do RH chamaria o nome do premiado, e o Diretor da área do premiado entregaria o prêmio.
E assim foi, entre champanhotas e petiscos, RH chamou: Marcelo da Silva Sauro.
O funcionário se levantou todo orgulhoso, sob aplausos dos demais.
Antes de lhe entregar o prêmio, o Diretor resolveu fazer um discurso:
Quero antes de tudo agradecer aqui o nosso colega! Esse prêmio é o reconhecimento do excelente trabalho prestado pelo Fernando. Peço mais uma salva de palmas para o Fernando.
Todo mundo ficou em silêncio.
Uma menina do RH sussurrou para o diretor: é Marcelo, é Marcelo.
E o diretor ainda emendou: ah! é que ele tem uma cara de Fernando...
16/06/2011
Roubou a empresa e...
Teve o caso de um cara que foi pego roubando a empresa.
Ele falsificava a assinatura do diretor de suprimentos numa nota fiscal de valor alterado. Pagava o fornecedor pelo valor correto e a fazia um crédito da diferença na sua própria conta corrente.
Um dia, a moça que arquivava as notas fiscais no sistema ficou com dúvida sobre o CNPJ do fornecedor e decidiu perguntar para o diretor de suprimentos, que então viu que a assinatura na nota apenas parecia a sua, mas não era.
Não foi difícil rastrear e descobrir o autor da manobra. O diretor de suprimentos, o diretor do cara e o diretor do RH o chamaram para conversar, e ele confessou tudo.
Pediram para ele assinar um termo e ir embora. Ele assinou e foi.
A história toda vazou rapidamente, e enquanto ele cruzava o portão de saída, todos já discutiam o caso apaixonadamente.
No dia seguinte, para surpresa de todos, ele foi trabalhar normalmente.
Confrontado pelo diretor, ele respondeu:
"Mas eu já admiti que errei, pedi desculpas e não vou fazer de novo. Está tudo certo agora."
O diretor teve que explicar detalhadamente, e mais de uma vez, que não, não estava tudo certo.
Mesmo assim, o cara foi embora muito chateado com todos. Ele já tinha pedido desculpas, caramba!
Ele falsificava a assinatura do diretor de suprimentos numa nota fiscal de valor alterado. Pagava o fornecedor pelo valor correto e a fazia um crédito da diferença na sua própria conta corrente.
Um dia, a moça que arquivava as notas fiscais no sistema ficou com dúvida sobre o CNPJ do fornecedor e decidiu perguntar para o diretor de suprimentos, que então viu que a assinatura na nota apenas parecia a sua, mas não era.
Não foi difícil rastrear e descobrir o autor da manobra. O diretor de suprimentos, o diretor do cara e o diretor do RH o chamaram para conversar, e ele confessou tudo.
Pediram para ele assinar um termo e ir embora. Ele assinou e foi.
A história toda vazou rapidamente, e enquanto ele cruzava o portão de saída, todos já discutiam o caso apaixonadamente.
No dia seguinte, para surpresa de todos, ele foi trabalhar normalmente.
Confrontado pelo diretor, ele respondeu:
"Mas eu já admiti que errei, pedi desculpas e não vou fazer de novo. Está tudo certo agora."
O diretor teve que explicar detalhadamente, e mais de uma vez, que não, não estava tudo certo.
Mesmo assim, o cara foi embora muito chateado com todos. Ele já tinha pedido desculpas, caramba!
15/06/2011
Síndrome do Pequeno Poder I
Uma diretora de uma determinada empresa tinha um Assistente para Assuntos Aleatórios, que vamos chamar aqui de Aspone. Ele era praticamente um boy de luxo, e não era nem funcionário da empresa, apenas contratado como terceiro.
Como não tinha limites para o que o Aspone fazia (ei! por favor, não pense em nada de conteúdo sexual, porque não era o caso aqui), ele tinha muito prestígio com essa tal diretora.
E todo mundo sabia disso. Ninguém mexia com o Aspone.
Um lindo dia, o RH dessa empresa decidiu fornecer água mineral em garrafas para todos os seus funcionários.
Comprou também um frigobar para cada área, para que as pessoas pudessem guardar a garrafa e tomar água gelada.
A proposta era melhorar a qualidade do dia de todos, e realmente as pessoas ficaram felizes com esse benefício.
Tudo ia bem, até que o Aspone começou a invocar que tinha gente que pegava garrafa da geladeira, mas que não colocava outra para gelar no lugar.
Reclamou praticamente uma semana inteira, mas aparentemente o criminoso continuou atuando. De nada adiantou tanta reclamação.
Na segunda-feira seguinte, o primeiro funcionário a pegar uma garrafa gelada deparou-se com uma novidade. Alguém tinha colocado um cadeado na porta!
Desconfiado, olhou para um lado, olhou para o outro. Conferiu se o cadeado estava mesmo fechado, e resolveu voltar para sua mesa e perguntar discretamente para seu vizinho de mesa.
O vizinho incrédulo foi ver com os próprios olhos. Sim, era verdade, realmente tinha um cadeado na porta. Trancado.
Esse voltou contando a novidade para todos. A área toda foi ver e só se falou naquilo a manhã toda.
Quando o Aspone passou pela área, alguém teve a coragem de perguntar.
"Aspone, foi você que colocou o cadeado no frigobar?"
"Sim. As pessoas estavam pegado água gelada sem colocar outra, então agora só pega água gelada com a minha autorização."
Foi um bafafá imenso, mas ninguém teve coragem de reclamar para a tal diretora. Fizeram várias conferências, alguns criavam coragem e diziam: "Vou lá, isso não vai ficar assim."
Ir mesmo ninguém foi, e todos tomavam sua água quente de forma resignada. Alguns mais saudosistas ainda davam um suspiro antes do primeiro gole.
A única conseqüência foi que, a partir desse evento, o Aspone passou a ser chamado de Diretor.
Como não tinha limites para o que o Aspone fazia (ei! por favor, não pense em nada de conteúdo sexual, porque não era o caso aqui), ele tinha muito prestígio com essa tal diretora.
E todo mundo sabia disso. Ninguém mexia com o Aspone.
Um lindo dia, o RH dessa empresa decidiu fornecer água mineral em garrafas para todos os seus funcionários.
Comprou também um frigobar para cada área, para que as pessoas pudessem guardar a garrafa e tomar água gelada.
A proposta era melhorar a qualidade do dia de todos, e realmente as pessoas ficaram felizes com esse benefício.
Tudo ia bem, até que o Aspone começou a invocar que tinha gente que pegava garrafa da geladeira, mas que não colocava outra para gelar no lugar.
Reclamou praticamente uma semana inteira, mas aparentemente o criminoso continuou atuando. De nada adiantou tanta reclamação.
Na segunda-feira seguinte, o primeiro funcionário a pegar uma garrafa gelada deparou-se com uma novidade. Alguém tinha colocado um cadeado na porta!
Desconfiado, olhou para um lado, olhou para o outro. Conferiu se o cadeado estava mesmo fechado, e resolveu voltar para sua mesa e perguntar discretamente para seu vizinho de mesa.
O vizinho incrédulo foi ver com os próprios olhos. Sim, era verdade, realmente tinha um cadeado na porta. Trancado.
Esse voltou contando a novidade para todos. A área toda foi ver e só se falou naquilo a manhã toda.
Quando o Aspone passou pela área, alguém teve a coragem de perguntar.
"Aspone, foi você que colocou o cadeado no frigobar?"
"Sim. As pessoas estavam pegado água gelada sem colocar outra, então agora só pega água gelada com a minha autorização."
Foi um bafafá imenso, mas ninguém teve coragem de reclamar para a tal diretora. Fizeram várias conferências, alguns criavam coragem e diziam: "Vou lá, isso não vai ficar assim."
Ir mesmo ninguém foi, e todos tomavam sua água quente de forma resignada. Alguns mais saudosistas ainda davam um suspiro antes do primeiro gole.
A única conseqüência foi que, a partir desse evento, o Aspone passou a ser chamado de Diretor.
14/06/2011
Clarividência
Essa aconteceu na minha frente...
Sentávamos numa mesa em catavento, quatro pessoas separadas por duas baias em formato de cruz (baia mesmo, sem acento, como a dos cavalos).
Eu era novo na empresa, não tinha nem 3 meses.
O menino que sentava ao meu lado era chato, muito chato. Não sorria nunca, reclamava de tudo em voz alta e percebi que ninguém por ali gostava muito dele.
Um belo início de dia, eu já sentado no meu cubículo, ele chegou sem falar bom dia, como já era de costume.
Ligou o computador, digitou usuário e senha. Deu uma mensagem de usuário não cadastrado, o que rendeu vários resmungos, mais uma tentativa, mais resmungos ainda.
Resolveu ligar para uma extraordinária área conhecida como Help Desk. Me desculpem, mas o nome da área é um capítulo a parte, por enquanto basta saberem que é uma área que ajuda os "usuários" que estão lutando contra os seus computadores. O nome "usuário" também é um capítulo a parte.
A conversa foi mais ou menos essa:
"Estou ligando o computador, mas não funciona. Diz que eu não estou cadastrado."
"Não, não troquei de senha. Coloquei a mesma senha que usei ontem."
"Como assim aí diz que eu fui demitido?"
Nisso, ele jogou o telefone na mesa com muita força e disse, como que me devendo alguma satisfação:
"O cara do Help Desk me disse que eu fui demitido."
Eu respondi, pondo panos quentes: "Nossa! Deve ser algum engano. Espera o Fulano, chefe da área, chegar, e você resolve isso."
"Não vou esperar Fulano nenhum chegar. Vou embora. Se eles me demitiram, não preciso ficar aqui esperando ouvir isso de mais uma pessoa."
"Mas... e se for engano?"
"Se for engano, eles que me liguem para eu voltar."
Pegou suas coisas e foi.
Quando o Fulano chegou, achei melhor contar o ocorrido. O Fulano apenas esboçou um "ai" e ligou no RH.
Entre perguntas e verificações, ele desligou o telefone e me explicou, um pouco constrangido que não era engano, mas que houve uma confusão.
Ele seria demitido no mês seguinte, já estava tudo resolvido.
O problema é que alguém do RH o inclui na lista de demissões desse mês, e a lista foi enviada para a área de tecnologia desligar todos os acessos à rede da empresa.
Perguntei se alguém ia ligar para ele.
"Hum... não sei, mas acho que não. Ele seria demitido mesmo."
Sentávamos numa mesa em catavento, quatro pessoas separadas por duas baias em formato de cruz (baia mesmo, sem acento, como a dos cavalos).
Eu era novo na empresa, não tinha nem 3 meses.
O menino que sentava ao meu lado era chato, muito chato. Não sorria nunca, reclamava de tudo em voz alta e percebi que ninguém por ali gostava muito dele.
Um belo início de dia, eu já sentado no meu cubículo, ele chegou sem falar bom dia, como já era de costume.
Ligou o computador, digitou usuário e senha. Deu uma mensagem de usuário não cadastrado, o que rendeu vários resmungos, mais uma tentativa, mais resmungos ainda.
Resolveu ligar para uma extraordinária área conhecida como Help Desk. Me desculpem, mas o nome da área é um capítulo a parte, por enquanto basta saberem que é uma área que ajuda os "usuários" que estão lutando contra os seus computadores. O nome "usuário" também é um capítulo a parte.
A conversa foi mais ou menos essa:
"Estou ligando o computador, mas não funciona. Diz que eu não estou cadastrado."
"Não, não troquei de senha. Coloquei a mesma senha que usei ontem."
"Como assim aí diz que eu fui demitido?"
Nisso, ele jogou o telefone na mesa com muita força e disse, como que me devendo alguma satisfação:
"O cara do Help Desk me disse que eu fui demitido."
Eu respondi, pondo panos quentes: "Nossa! Deve ser algum engano. Espera o Fulano, chefe da área, chegar, e você resolve isso."
"Não vou esperar Fulano nenhum chegar. Vou embora. Se eles me demitiram, não preciso ficar aqui esperando ouvir isso de mais uma pessoa."
"Mas... e se for engano?"
"Se for engano, eles que me liguem para eu voltar."
Pegou suas coisas e foi.
Quando o Fulano chegou, achei melhor contar o ocorrido. O Fulano apenas esboçou um "ai" e ligou no RH.
Entre perguntas e verificações, ele desligou o telefone e me explicou, um pouco constrangido que não era engano, mas que houve uma confusão.
Ele seria demitido no mês seguinte, já estava tudo resolvido.
O problema é que alguém do RH o inclui na lista de demissões desse mês, e a lista foi enviada para a área de tecnologia desligar todos os acessos à rede da empresa.
Perguntei se alguém ia ligar para ele.
"Hum... não sei, mas acho que não. Ele seria demitido mesmo."
13/06/2011
O Plano Voluntário de Redução de Despesas
Um dia, numa reunião de diretoria, uma pessoa sugeriu ao diretor uma idéia brilhante: o Plano Voluntário de Redução de Despesas.
O objetivo, explicou ele, era incentivar os próprios funcionários a pensarem em medidas de economia para a empresa, medidas que pudessem ser adotadas e praticadas por todos os demais. E a empresa gastando menos seria melhor para todos!
Alguns se entreolharam meio desconfiados, mas como o diretor achou a idéia genial, os desconfiados resolveram ficar quietos, e os mais empolgados se sentiram a vontade para soltar vários gritinhos de animação.
Sob o silêncio dos desconfiados, os empolgados começaram a detalhar o plano:
"Podemos fazer o sorteio de um brinde para a idéia que representar a maior economia!" - gritou um.
"Não! Isso poderia desestimular as pequenas economias."- respondeu outro.
"Então fazemos o sorteio para todos que participarem!!!" - pensou surpreendentemente um terceiro.
"Vamos precisar de um Gerente do Projeto! Assim todos terão a quem direcionar as sugestões e essa pessoa pode divulgar para a empresa toda de maneira organizada."
E assim continuou por horas, até que chegaram a um formato que safisfez a todos os empolgados.
- Joaquim seria o tal Gerente do Projeto. Ele mesmo, que estava com bastante medo de perder o seu emprego, se candidatou. Os demais, que gostavam de participar da discussão, mas tremiam à simples menção de trabalho adicional, aceitaram imediatamente.
- O Gerente do Projeto faria uma divulgação inicial do projeto, e divulgações semanais da "Lista de Idéias Econômicas".
- A cada trimestre seria sorteado um brinde com o logotipo da empresa, seria o Prêmio Econômico. Afinal, tinha um estoque de brindes diversos que era resultado de sobras de campanha de vendas acumulados durante décadas, e a economia casava totalmente com o objetivo do projeto.O próprio Gerente do Projeto seria o responsável por escolher os brindes.
- O Gerente do Projeto faria um Relatório Econômico-Financeiro com a economia alcançada.
Não vou discorrer muito sobre o sucesso do projeto, porque infelizmente ele não teve vida longa.
Na primeira semana, alguns se animaram e fizeram algumas sugestões, mas nada altamente inovativo ou de valor considerável.
O interesse diminui consideravelmente quando descobriram quais seriam os prêmios do sorteio, mas o que matou mesmo o projeto foi a idéia abaixo:
Um funcionário sugeriu que o copo descartável de café e de água fosse reaproveitado, e usado a semana, quiçá o mês todo. O funcionário inclusive fez um levantamento do gasto com copo descartável, e da economia atingida se o projeto fosse implantado.
Joaquim ficou satisfeitíssimo, pensando na cara de felicidade do diretor (e na de inveja de alguns dos seus colegas) quando ele apresentasse o resultado do primeiro mês. Certamente ele seria promovido!!!
Menos de 5 minutos após a divulgação da idéia, iniciou-se um campeonato clandestino cuja proposta era achar sugestões menos, digamos, ortodoxas.
O campeonato clandestino teve sucesso instantâneo, as pessoas só falavam nisso, novas idéias não paravam de surgir. As pessoas não trabalhavam mais, rodinhas se formavam em todos os lugares.
Vamos respirar menos e vender o oxigênio economizado.
Por que usar o copo apenas por uma semana? Vamos usar pelo resto da vida!
No mesmo dia foi declarada a idéia vencedora: usar o papel higiênico dos dois lados.
Vamos respirar menos e vender o oxigênio economizado.
Por que usar o copo apenas por uma semana? Vamos usar pelo resto da vida!
No mesmo dia foi declarada a idéia vencedora: usar o papel higiênico dos dois lados.
E se não bebêssemos mais água? Poderíamos economizar até esse copo!!! Sem falar na própria água!!!
Quando o diretor ficou sabendo, ficou muito bravo (apesar de alguns dizerem que esboçou um sorrizinho quando ouviu alguma das sugestões) e resolveu cancelar tudo. Sem nem premiar os poucos participantes.
Para tristeza eterna de Joaquim, que acabou em pouco tempo sendo realmente demitido.
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