A Empresa B resolveu, há algum tempo atrás, extinguir as salas dos gerentes e diretores.
Todos se sentariam junto com os funcionários "comuns" numa grande mesa. Não haveria nenhum tipo de separação entre uma posição e outra nessa mesa.
Apesar de muitos acharem que a mudança era apenas para colocar mais funcionários por metro quadrado, a idéia foi amplamente divulgada como uma maneira de aproximar a gerência e a alta gerência das atividades diárias da empresa, tornando as decisões mais ágeis e próximas da realidade.
Apesar de alguns egos feridos pela perda da sala, no geral todos se adaptaram muito bem. E realmente a comunicação fluiu melhor entre todos os níveis.
Um dia a empresa A fez uma fusão com a empresa B, que era muito boa, mas um pouco mais tradicionalista e hierárquica.
Um gerente da empresa B, que foi até promovido a diretor após a fusão, estava feliz com a promoção, mas extremamente incomodado com a ausência de sala.
Um dia acordou com uma idéia brilhante, que colocou em prática assim que chegou na empresa.
A secretária deveria orientar todas as pessoas que não poderiam mais falar direto com ele. Teriam de marcar um horário com ela antes.
Como os diretores e gerentes sentavam na mesma mesa que sua equipe, a situação que ocorria na prática era a seguinte:
Se o funcionário que sentava ao lado do diretor precisasse falar alguma coisa com ele, era preciso se levantar, dar a volta na mesa - porque a secretária sentava do outro lado - e perguntar para a secretária se o diretor tinha algum horário livre.
Ela então perguntava se era urgente. Se a resposta fosse sim, marcava um horário mais cedo e se fosse não, marcava um horário mais tarde.
Após o agendamento da conversa, o funcionário voltava para o lugar dele, e esperava pacientemente chegar o tal horário em que poderia, ali da sua cadeira mesmo, falar o que precisava com o diretor.
A conversa com a secretária acontecia em voz alta, mas o diretor, fechado em sua sala virtual, ficava impassível como se nada ouvisse.
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