Há alguns anos atrás, comecei a trabalhar numa empresa que pagava bônus para os funcionários uma vez por ano.
O valor bônus, ou da "remuneração variada", estava atrelado, em teoria, ao desempenho profissional do funcionário e os valores não eram divulgados senão para a própria pessoa.
Dessa maneira, todo ano criava-se duas TPBs, uma tensão pré e pós bônus.
Na pré bônus, as pessoas praticamente paravam de trabalhar uma semana antes da divulgação, e todas as conversas giravam em torno desse mesmo assunto.
Na pós bônus, entrava o desespero de tentar descobrir quanto as outras pessoas tinham ganhado. Estar feliz ou não com o valor recebido era um conceito totalmente relativo, tudo dependia se os seus vizinhos tinham ganhado mais ou menos que você.
Alguns realmente ficavam felizes e outros genuinamente bravos, mas o melhor eram os dissimulados. Tinha a ala dos que se diziam chateados, bravos e/ou magoados, mas o discurso não convencia e a roda de apostas sinaliza que o bônus do cara tinha sido alto.
E na ala contrária estava a pessoa que descrevo abaixo.
Como quem conta um segredo de estado, o Fulano sussurrou para mim:
"Você está começando agora, deixa eu te ensinar. O grande lance é trocar de carro logo após o bônus. Assim, mesmo que você tenha recebido ZERO, todas as pessoas vão achar que você ganhou bem..."
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