Instituíram um Programa de Reconhecimento na Empresa.
Teve uma apresentação dos diretores para todos os funcionários, mostrando como a empresa estava preocupada em valorizar cada um deles.
Funcionaria da seguinte maneira: cada pessoa poderia indicar um colega por email, explicando o motivo da sua indicação. Um comitê julgaria todos os indicados, e escolheria um campeão no trimestre. Entre os campeões do trimestre, seria escolhido também um campeão do ano.
E cada um deles receberia um prêmio em dinheiro para ser gasto com restaurante ou com viagem.
As pessoas se animaram e participaram ativamente, indicando colegas.
Na data da primeira premiação, marcou-se um coquetel para todos.
O diretor do RH chamaria o nome do premiado, e o Diretor da área do premiado entregaria o prêmio.
E assim foi, entre champanhotas e petiscos, RH chamou: Marcelo da Silva Sauro.
O funcionário se levantou todo orgulhoso, sob aplausos dos demais.
Antes de lhe entregar o prêmio, o Diretor resolveu fazer um discurso:
Quero antes de tudo agradecer aqui o nosso colega! Esse prêmio é o reconhecimento do excelente trabalho prestado pelo Fernando. Peço mais uma salva de palmas para o Fernando.
Todo mundo ficou em silêncio.
Uma menina do RH sussurrou para o diretor: é Marcelo, é Marcelo.
E o diretor ainda emendou: ah! é que ele tem uma cara de Fernando...
A idéia desse blog é contar histórias bizarras, engraçadas e, acima de tudo, verdadeiras, do mundo corporativo.
17/06/2011
16/06/2011
Roubou a empresa e...
Teve o caso de um cara que foi pego roubando a empresa.
Ele falsificava a assinatura do diretor de suprimentos numa nota fiscal de valor alterado. Pagava o fornecedor pelo valor correto e a fazia um crédito da diferença na sua própria conta corrente.
Um dia, a moça que arquivava as notas fiscais no sistema ficou com dúvida sobre o CNPJ do fornecedor e decidiu perguntar para o diretor de suprimentos, que então viu que a assinatura na nota apenas parecia a sua, mas não era.
Não foi difícil rastrear e descobrir o autor da manobra. O diretor de suprimentos, o diretor do cara e o diretor do RH o chamaram para conversar, e ele confessou tudo.
Pediram para ele assinar um termo e ir embora. Ele assinou e foi.
A história toda vazou rapidamente, e enquanto ele cruzava o portão de saída, todos já discutiam o caso apaixonadamente.
No dia seguinte, para surpresa de todos, ele foi trabalhar normalmente.
Confrontado pelo diretor, ele respondeu:
"Mas eu já admiti que errei, pedi desculpas e não vou fazer de novo. Está tudo certo agora."
O diretor teve que explicar detalhadamente, e mais de uma vez, que não, não estava tudo certo.
Mesmo assim, o cara foi embora muito chateado com todos. Ele já tinha pedido desculpas, caramba!
Ele falsificava a assinatura do diretor de suprimentos numa nota fiscal de valor alterado. Pagava o fornecedor pelo valor correto e a fazia um crédito da diferença na sua própria conta corrente.
Um dia, a moça que arquivava as notas fiscais no sistema ficou com dúvida sobre o CNPJ do fornecedor e decidiu perguntar para o diretor de suprimentos, que então viu que a assinatura na nota apenas parecia a sua, mas não era.
Não foi difícil rastrear e descobrir o autor da manobra. O diretor de suprimentos, o diretor do cara e o diretor do RH o chamaram para conversar, e ele confessou tudo.
Pediram para ele assinar um termo e ir embora. Ele assinou e foi.
A história toda vazou rapidamente, e enquanto ele cruzava o portão de saída, todos já discutiam o caso apaixonadamente.
No dia seguinte, para surpresa de todos, ele foi trabalhar normalmente.
Confrontado pelo diretor, ele respondeu:
"Mas eu já admiti que errei, pedi desculpas e não vou fazer de novo. Está tudo certo agora."
O diretor teve que explicar detalhadamente, e mais de uma vez, que não, não estava tudo certo.
Mesmo assim, o cara foi embora muito chateado com todos. Ele já tinha pedido desculpas, caramba!
15/06/2011
Síndrome do Pequeno Poder I
Uma diretora de uma determinada empresa tinha um Assistente para Assuntos Aleatórios, que vamos chamar aqui de Aspone. Ele era praticamente um boy de luxo, e não era nem funcionário da empresa, apenas contratado como terceiro.
Como não tinha limites para o que o Aspone fazia (ei! por favor, não pense em nada de conteúdo sexual, porque não era o caso aqui), ele tinha muito prestígio com essa tal diretora.
E todo mundo sabia disso. Ninguém mexia com o Aspone.
Um lindo dia, o RH dessa empresa decidiu fornecer água mineral em garrafas para todos os seus funcionários.
Comprou também um frigobar para cada área, para que as pessoas pudessem guardar a garrafa e tomar água gelada.
A proposta era melhorar a qualidade do dia de todos, e realmente as pessoas ficaram felizes com esse benefício.
Tudo ia bem, até que o Aspone começou a invocar que tinha gente que pegava garrafa da geladeira, mas que não colocava outra para gelar no lugar.
Reclamou praticamente uma semana inteira, mas aparentemente o criminoso continuou atuando. De nada adiantou tanta reclamação.
Na segunda-feira seguinte, o primeiro funcionário a pegar uma garrafa gelada deparou-se com uma novidade. Alguém tinha colocado um cadeado na porta!
Desconfiado, olhou para um lado, olhou para o outro. Conferiu se o cadeado estava mesmo fechado, e resolveu voltar para sua mesa e perguntar discretamente para seu vizinho de mesa.
O vizinho incrédulo foi ver com os próprios olhos. Sim, era verdade, realmente tinha um cadeado na porta. Trancado.
Esse voltou contando a novidade para todos. A área toda foi ver e só se falou naquilo a manhã toda.
Quando o Aspone passou pela área, alguém teve a coragem de perguntar.
"Aspone, foi você que colocou o cadeado no frigobar?"
"Sim. As pessoas estavam pegado água gelada sem colocar outra, então agora só pega água gelada com a minha autorização."
Foi um bafafá imenso, mas ninguém teve coragem de reclamar para a tal diretora. Fizeram várias conferências, alguns criavam coragem e diziam: "Vou lá, isso não vai ficar assim."
Ir mesmo ninguém foi, e todos tomavam sua água quente de forma resignada. Alguns mais saudosistas ainda davam um suspiro antes do primeiro gole.
A única conseqüência foi que, a partir desse evento, o Aspone passou a ser chamado de Diretor.
Como não tinha limites para o que o Aspone fazia (ei! por favor, não pense em nada de conteúdo sexual, porque não era o caso aqui), ele tinha muito prestígio com essa tal diretora.
E todo mundo sabia disso. Ninguém mexia com o Aspone.
Um lindo dia, o RH dessa empresa decidiu fornecer água mineral em garrafas para todos os seus funcionários.
Comprou também um frigobar para cada área, para que as pessoas pudessem guardar a garrafa e tomar água gelada.
A proposta era melhorar a qualidade do dia de todos, e realmente as pessoas ficaram felizes com esse benefício.
Tudo ia bem, até que o Aspone começou a invocar que tinha gente que pegava garrafa da geladeira, mas que não colocava outra para gelar no lugar.
Reclamou praticamente uma semana inteira, mas aparentemente o criminoso continuou atuando. De nada adiantou tanta reclamação.
Na segunda-feira seguinte, o primeiro funcionário a pegar uma garrafa gelada deparou-se com uma novidade. Alguém tinha colocado um cadeado na porta!
Desconfiado, olhou para um lado, olhou para o outro. Conferiu se o cadeado estava mesmo fechado, e resolveu voltar para sua mesa e perguntar discretamente para seu vizinho de mesa.
O vizinho incrédulo foi ver com os próprios olhos. Sim, era verdade, realmente tinha um cadeado na porta. Trancado.
Esse voltou contando a novidade para todos. A área toda foi ver e só se falou naquilo a manhã toda.
Quando o Aspone passou pela área, alguém teve a coragem de perguntar.
"Aspone, foi você que colocou o cadeado no frigobar?"
"Sim. As pessoas estavam pegado água gelada sem colocar outra, então agora só pega água gelada com a minha autorização."
Foi um bafafá imenso, mas ninguém teve coragem de reclamar para a tal diretora. Fizeram várias conferências, alguns criavam coragem e diziam: "Vou lá, isso não vai ficar assim."
Ir mesmo ninguém foi, e todos tomavam sua água quente de forma resignada. Alguns mais saudosistas ainda davam um suspiro antes do primeiro gole.
A única conseqüência foi que, a partir desse evento, o Aspone passou a ser chamado de Diretor.
14/06/2011
Clarividência
Essa aconteceu na minha frente...
Sentávamos numa mesa em catavento, quatro pessoas separadas por duas baias em formato de cruz (baia mesmo, sem acento, como a dos cavalos).
Eu era novo na empresa, não tinha nem 3 meses.
O menino que sentava ao meu lado era chato, muito chato. Não sorria nunca, reclamava de tudo em voz alta e percebi que ninguém por ali gostava muito dele.
Um belo início de dia, eu já sentado no meu cubículo, ele chegou sem falar bom dia, como já era de costume.
Ligou o computador, digitou usuário e senha. Deu uma mensagem de usuário não cadastrado, o que rendeu vários resmungos, mais uma tentativa, mais resmungos ainda.
Resolveu ligar para uma extraordinária área conhecida como Help Desk. Me desculpem, mas o nome da área é um capítulo a parte, por enquanto basta saberem que é uma área que ajuda os "usuários" que estão lutando contra os seus computadores. O nome "usuário" também é um capítulo a parte.
A conversa foi mais ou menos essa:
"Estou ligando o computador, mas não funciona. Diz que eu não estou cadastrado."
"Não, não troquei de senha. Coloquei a mesma senha que usei ontem."
"Como assim aí diz que eu fui demitido?"
Nisso, ele jogou o telefone na mesa com muita força e disse, como que me devendo alguma satisfação:
"O cara do Help Desk me disse que eu fui demitido."
Eu respondi, pondo panos quentes: "Nossa! Deve ser algum engano. Espera o Fulano, chefe da área, chegar, e você resolve isso."
"Não vou esperar Fulano nenhum chegar. Vou embora. Se eles me demitiram, não preciso ficar aqui esperando ouvir isso de mais uma pessoa."
"Mas... e se for engano?"
"Se for engano, eles que me liguem para eu voltar."
Pegou suas coisas e foi.
Quando o Fulano chegou, achei melhor contar o ocorrido. O Fulano apenas esboçou um "ai" e ligou no RH.
Entre perguntas e verificações, ele desligou o telefone e me explicou, um pouco constrangido que não era engano, mas que houve uma confusão.
Ele seria demitido no mês seguinte, já estava tudo resolvido.
O problema é que alguém do RH o inclui na lista de demissões desse mês, e a lista foi enviada para a área de tecnologia desligar todos os acessos à rede da empresa.
Perguntei se alguém ia ligar para ele.
"Hum... não sei, mas acho que não. Ele seria demitido mesmo."
Sentávamos numa mesa em catavento, quatro pessoas separadas por duas baias em formato de cruz (baia mesmo, sem acento, como a dos cavalos).
Eu era novo na empresa, não tinha nem 3 meses.
O menino que sentava ao meu lado era chato, muito chato. Não sorria nunca, reclamava de tudo em voz alta e percebi que ninguém por ali gostava muito dele.
Um belo início de dia, eu já sentado no meu cubículo, ele chegou sem falar bom dia, como já era de costume.
Ligou o computador, digitou usuário e senha. Deu uma mensagem de usuário não cadastrado, o que rendeu vários resmungos, mais uma tentativa, mais resmungos ainda.
Resolveu ligar para uma extraordinária área conhecida como Help Desk. Me desculpem, mas o nome da área é um capítulo a parte, por enquanto basta saberem que é uma área que ajuda os "usuários" que estão lutando contra os seus computadores. O nome "usuário" também é um capítulo a parte.
A conversa foi mais ou menos essa:
"Estou ligando o computador, mas não funciona. Diz que eu não estou cadastrado."
"Não, não troquei de senha. Coloquei a mesma senha que usei ontem."
"Como assim aí diz que eu fui demitido?"
Nisso, ele jogou o telefone na mesa com muita força e disse, como que me devendo alguma satisfação:
"O cara do Help Desk me disse que eu fui demitido."
Eu respondi, pondo panos quentes: "Nossa! Deve ser algum engano. Espera o Fulano, chefe da área, chegar, e você resolve isso."
"Não vou esperar Fulano nenhum chegar. Vou embora. Se eles me demitiram, não preciso ficar aqui esperando ouvir isso de mais uma pessoa."
"Mas... e se for engano?"
"Se for engano, eles que me liguem para eu voltar."
Pegou suas coisas e foi.
Quando o Fulano chegou, achei melhor contar o ocorrido. O Fulano apenas esboçou um "ai" e ligou no RH.
Entre perguntas e verificações, ele desligou o telefone e me explicou, um pouco constrangido que não era engano, mas que houve uma confusão.
Ele seria demitido no mês seguinte, já estava tudo resolvido.
O problema é que alguém do RH o inclui na lista de demissões desse mês, e a lista foi enviada para a área de tecnologia desligar todos os acessos à rede da empresa.
Perguntei se alguém ia ligar para ele.
"Hum... não sei, mas acho que não. Ele seria demitido mesmo."
13/06/2011
O Plano Voluntário de Redução de Despesas
Um dia, numa reunião de diretoria, uma pessoa sugeriu ao diretor uma idéia brilhante: o Plano Voluntário de Redução de Despesas.
O objetivo, explicou ele, era incentivar os próprios funcionários a pensarem em medidas de economia para a empresa, medidas que pudessem ser adotadas e praticadas por todos os demais. E a empresa gastando menos seria melhor para todos!
Alguns se entreolharam meio desconfiados, mas como o diretor achou a idéia genial, os desconfiados resolveram ficar quietos, e os mais empolgados se sentiram a vontade para soltar vários gritinhos de animação.
Sob o silêncio dos desconfiados, os empolgados começaram a detalhar o plano:
"Podemos fazer o sorteio de um brinde para a idéia que representar a maior economia!" - gritou um.
"Não! Isso poderia desestimular as pequenas economias."- respondeu outro.
"Então fazemos o sorteio para todos que participarem!!!" - pensou surpreendentemente um terceiro.
"Vamos precisar de um Gerente do Projeto! Assim todos terão a quem direcionar as sugestões e essa pessoa pode divulgar para a empresa toda de maneira organizada."
E assim continuou por horas, até que chegaram a um formato que safisfez a todos os empolgados.
- Joaquim seria o tal Gerente do Projeto. Ele mesmo, que estava com bastante medo de perder o seu emprego, se candidatou. Os demais, que gostavam de participar da discussão, mas tremiam à simples menção de trabalho adicional, aceitaram imediatamente.
- O Gerente do Projeto faria uma divulgação inicial do projeto, e divulgações semanais da "Lista de Idéias Econômicas".
- A cada trimestre seria sorteado um brinde com o logotipo da empresa, seria o Prêmio Econômico. Afinal, tinha um estoque de brindes diversos que era resultado de sobras de campanha de vendas acumulados durante décadas, e a economia casava totalmente com o objetivo do projeto.O próprio Gerente do Projeto seria o responsável por escolher os brindes.
- O Gerente do Projeto faria um Relatório Econômico-Financeiro com a economia alcançada.
Não vou discorrer muito sobre o sucesso do projeto, porque infelizmente ele não teve vida longa.
Na primeira semana, alguns se animaram e fizeram algumas sugestões, mas nada altamente inovativo ou de valor considerável.
O interesse diminui consideravelmente quando descobriram quais seriam os prêmios do sorteio, mas o que matou mesmo o projeto foi a idéia abaixo:
Um funcionário sugeriu que o copo descartável de café e de água fosse reaproveitado, e usado a semana, quiçá o mês todo. O funcionário inclusive fez um levantamento do gasto com copo descartável, e da economia atingida se o projeto fosse implantado.
Joaquim ficou satisfeitíssimo, pensando na cara de felicidade do diretor (e na de inveja de alguns dos seus colegas) quando ele apresentasse o resultado do primeiro mês. Certamente ele seria promovido!!!
Menos de 5 minutos após a divulgação da idéia, iniciou-se um campeonato clandestino cuja proposta era achar sugestões menos, digamos, ortodoxas.
O campeonato clandestino teve sucesso instantâneo, as pessoas só falavam nisso, novas idéias não paravam de surgir. As pessoas não trabalhavam mais, rodinhas se formavam em todos os lugares.
Vamos respirar menos e vender o oxigênio economizado.
Por que usar o copo apenas por uma semana? Vamos usar pelo resto da vida!
No mesmo dia foi declarada a idéia vencedora: usar o papel higiênico dos dois lados.
Vamos respirar menos e vender o oxigênio economizado.
Por que usar o copo apenas por uma semana? Vamos usar pelo resto da vida!
No mesmo dia foi declarada a idéia vencedora: usar o papel higiênico dos dois lados.
E se não bebêssemos mais água? Poderíamos economizar até esse copo!!! Sem falar na própria água!!!
Quando o diretor ficou sabendo, ficou muito bravo (apesar de alguns dizerem que esboçou um sorrizinho quando ouviu alguma das sugestões) e resolveu cancelar tudo. Sem nem premiar os poucos participantes.
Para tristeza eterna de Joaquim, que acabou em pouco tempo sendo realmente demitido.
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